A recente condenação do humorista Leo Lins a oito anos de prisão por fazer piadas é um sinal alarmante do rumo que a democracia brasileira tem tomado. Em um país onde a Constituição assegura a liberdade de expressão, ver um comediante ser punido com tamanha severidade por suas palavras expõe a fragilidade dessa garantia — especialmente quando o alvo do humor é o governo.
Infelizmente, piadas contra o governo petista têm se tornado um risco real para quem as faz. Há uma clara seletividade na aplicação da liberdade de expressão no Brasil atual: pode-se criticar e satirizar tudo — menos o governo. Qualquer palavra que desagrade o Executivo parece ganhar contornos criminais, como se a crítica fosse um atentado à pátria.
O caso de Leo Lins é sintomático. A piada, por mais polêmica que seja, deveria ser tratada no campo do debate público, da crítica cultural ou do gosto pessoal — não no campo penal. Transformar uma manifestação artística, por mais ácida que seja, em crime é instaurar o medo no meio cultural e na sociedade.
Enquanto isso, vemos a primeira-dama Janja voltar da China cheia de “inspirações” sobre como “regular” as redes sociais, após encontros com autoridades do regime comunista chinês. O próprio governo brasileiro admitiu ter solicitado à ditadura chinesa o envio de um representante ao Brasil para orientar a regulação de conteúdo online — um eufemismo para o controle de opinião. Isso é inaceitável em qualquer democracia madura.
Não é de hoje que Lula e seus aliados falam abertamente sobre regular as redes sociais. A proposta não se limita a combater fake news, mas avança para algo muito mais perigoso: silenciar vozes críticas, restringir debates e criminalizar opiniões divergentes. É uma tentativa explícita de censura, travestida de “proteção da democracia”.
A verdade é que a esquerda brasileira não sabe lidar com a liberdade que floresceu nas redes sociais. As críticas contundentes ao desgoverno, muitas vezes feitas com bom humor ou ironia, revelam verdades inconvenientes. E quando essas críticas se tornam virais, o governo reage não com argumentos, mas com processos, perseguições e projetos de controle.
A condenação de Leo Lins não é apenas um ataque a um comediante. É um recado para todos: cuidado com o que você diz. Trata-se de uma medida intimidadora, que visa calar os discordantes, reprimir o debate livre e instaurar uma cultura do medo. O humor sempre foi uma válvula de escape social, uma ferramenta crítica e reflexiva. Calar o humor é calar a própria sociedade.
Se a liberdade de expressão for condicionada à aprovação do governo, ela deixa de ser liberdade — e passa a ser submissão.
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