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Economia Investimento

Por que os Emirados Árabes estão investindo R$ 15 bilhões em macaúba no Brasil?

A planta nativa do Brasil pode produzir até sete vezes mais óleo por hectare do que a soja

10/10/2024 15h42
Por: Redação
Por que os Emirados Árabes estão investindo R$ 15 bilhões em macaúba no Brasil?

O investimento dos Emirados Árabes Unidos de R$ 15 bilhões na macaúba, planta nativa do Brasil, pode revolucionar o agronegócio e posicionar o país na vanguarda dos biocombustíveis. A macaúba, conhecida por sua capacidade de produzir até sete vezes mais óleo por hectare do que a soja, atraiu o interesse de investidores internacionais, como o fundo Mubadala, controlador da Acelen Renováveis. A construção da primeira fábrica de combustível sustentável de aviação (SAF) em Mataripe, Bahia, sinaliza que a planta pode se tornar uma alternativa econômica e ambientalmente sustentável.

A soja, atualmente uma das maiores forças do agronegócio brasileiro, poderá em breve enfrentar concorrência forte. A macaúba oferece não apenas uma maior produção de óleo por hectare, mas também a possibilidade de revitalizar áreas de pastagens degradadas, um ganho ambiental significativo. O cultivo dessa planta nativa pode gerar cerca de 90 mil empregos diretos e indiretos, além de movimentar quase R$ 100 bilhões nos próximos dez anos, contribuindo para o crescimento econômico do Brasil.

Os impactos vão além do campo econômico. A macaúba pode desempenhar um papel importante na mitigação das mudanças climáticas, contribuindo para a captura de créditos de carbono. O incentivo ao cultivo sustentável dessa planta em áreas degradadas alia recuperação ambiental e geração de renda, um modelo que vem ao encontro das demandas globais por soluções sustentáveis.

Apesar dos desafios, como o processamento eficiente para extração de óleo, a parceria entre a Acelen e a Embrapa promete avanços. A otimização genética da macaúba e o desenvolvimento de técnicas mais eficientes de extração de óleo são passos cruciais para consolidar essa planta no mercado. Se bem-sucedida, a macaúba poderá rivalizar com outras oleaginosas, como a palma, e transformar o Brasil em líder global na produção de biocombustíveis renováveis.

A entrada da macaúba no cenário do agronegócio brasileiro levanta uma questão: será a soja substituída? A resposta ainda é incerta, mas o investimento árabe e as promissoras características da macaúba indicam que o setor de biocombustíveis pode estar prestes a passar por uma transformação significativa. Em um mundo que valoriza cada vez mais a sustentabilidade, a macaúba pode se tornar a nova protagonista do campo brasileiro, trazendo benefícios econômicos e ambientais em larga escala.

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